Riscos de acidente com usuários de eixo semi-flutuante
15/07/2015 18:42
Imagine conduzir seu Jeep em um trecho da BR-316, entre Capanema e Santa Maria do Pará, em meio aquelas longas retas onde a sua “viatura” supera os 100km/h, sendo isso, após curtir uma trilha pesada com a Turma do Jeep Clube de Bragança; e, de repente a roda é sacada, carregando com ela o freio, deixando os tripulantes em pânico.
Para quem não sabe, veículos que fazem uso de eixo traseiro semi-flutuante correm esse risco, isso, quando não revelam uma fratura no sistema em meio a uma inspeção de rotina no Jeep. Mas, a grande curiosidade dos jipeiros é: por que isso acontece? Em suma, a resposta passa por uma série de questões:
[1] uso de pneus grandes, tanto na largura quanto na altura, afinal, quanto maior o borrachudo maiores são as chances disso acontecer. Já que, há um aumento na distância entre a borda externa do pneu e o rolamento da roda, multiplicando a força aplicada no conjunto, que sumariamente, reduz sua vida útil;
[2] o uso recorrente de pneus sem balanceamento, támbém contribui para que haja um grande desgaste do conjunto, e, toda essa negligência se dá por conta da crença de muitos jipeiros em achar que um veículo off-road não precisa de um reparo que parece ser (unicamente) adequado aos “carros do asfalto”;
[3] uso de rodas empenadas, via de regra, forçam o eixo e diminuem drásticamente a vida útil do conjunto. Lembrando, que uma roda empenada num Jeep é coisa comum, dado o tipo de uso reservado a “viatura”: as trilhas;
[4] e, por último, falta de reparos ou manutenção inadequada do conjunto, afinal, poucos removem e instalam rolamentos, bem como o anel de trava, sem causar danos ao eixo. Já que, nesse processo comumente aquecem o anel com maçarico, além de fazerem uso de marretas para removê-lo junto com a capa do rolamento ao mesmo tempo. Isso, quando cometem o erro em reutilizar o anel de trava ou fazer uso de solda.
Jeep com uso de pneus 35" e rodas de 15x10 em companhia de espaçadores de rodas
Enfim, considerando a possibilidade de acidente e ocorrência de grandes prejuízos com o Jeep, como podemos agir em caráter preventivo? A resposta é pouco agradável, mas, considerando os riscos, penso que as medidas são aceitáveis:
[1] instale um kit de eixo flutuante;
[2] a cada troca de rolamento de roda, faça uma inspeção em busca de trincas pelo eixo, se possível, com uso de partículas magnéticas(numa retífica, é claro), ou o Magnaflux, técnicas de teste comumente usadas na indústria que possui como propriedade física desmascarar trincas, minimamente, pequenas após o banho da peça com pó de óxido de ferro pintado com tinta fluorecente. Assim, quando uma peça trintaca é vista numa sala iluminada com “luz negra” a fissura aparece;
[3] havendo trinca não use solda, descarte o eixo que possuir qualquer tipo de desgaste.
Fissura identificada com uso de partículas magnéticas.
Cabe lembrar, que uma manutenção preventiva não pode deixar de fora a conferência da dianteira do Jeep, olhando de perto os seguintes itens: Rolamentos; Mangas de eixo; Cubos de rodas; Arruelas de encosto; Porcas de mangas; Retentores do cubo de roda; Buchas da manga de eixo; Anéis de trava do semi-eixo; e, conferência da roda livre.